Transformação digital, gerações e pessoas: lideranças da geração Z
Entenda como a transformação digital impactou a gestão de pessoas nas organizações.
Estamos vivenciando um momento em que diversas gerações precisam conviver em harmonia nas organizações. Nesse contexto, além da diferença geracional, outro fator impactante é a forma como cada um se relaciona com a transformação digital.
Para conhecer como enfrentamos este desafio na Gestão de Pessoas, convidamos o Coordenador de Planejamento Digital Lucas Tosati.
Confira, a seguir, o relato sobre seu perfil de liderança como uma pessoa da Geração Z.
Boa leitura!
Transformação digital e liderança: O que um Líder da geração Z pensa sobre liderança
Por Lucas Tosati
Quantas vezes já ouvimos falar nas inúmeras diferenças entre todas as gerações, com nomes cada vez mais criativos: Baby Boomers, X, Y, Z, Millenials, Alphas etc. Mas, essa nomenclatura realmente faz sentido?
Do ponto de vista científico social, nem tanto. Para Alba Britto e Wivian Weller, ambas especialistas em Sociologia, percebe-se uma certa inflação do conceito seguida de uma destituição de seu sentido teórico na medida em que o termo geração passou a ser utilizado, muitas vezes, como sinônimo para denominar uma faixa etária ou um grupo com características específicas.
Ou seja, simplesmente ter nascido em algum momento histórico não define exatamente como você se comportará em uma liderança, por exemplo.
A forma de liderar muda conforme as gerações?
Esse conceito de geração não é de todo ruim, algumas conexões fazem sentido e provavelmente são correlacionadas aos fatos históricos.
Por exemplo, a internet existe desde 1969, mas se popularizou apenas em 1994. Isso fez com que todos os nascidos após esse período tivessem contato com um mundo diferente, digital e muito mais rápido que anteriormente.
Ainda assim, isso significa que, por conta disso, a geração Z não ficará na mesma empresa para sempre, como alguns preveem? Dificilmente, mas, com certeza, explica a facilidade da geração em utilizar ferramentas digitais.
É normal associarmos a liderança de uma geração X como algo mais sólido, enquanto a liderança da geração Z mais democrática e fluída, mas esses conceitos são apenas rótulos. Liderança não é um manual e não é simplesmente definido pela geração do indivíduo.
Da mesma forma que existem líderes da geração Z democráticos, existem líderes extremamente autoritários. O maior desafio da liderança sempre foi e sempre será as pessoas, tentar encontrar uma fórmula mágica para lidar com cada característica ocasiona uma generalização dos liderados.
A liderança Jovem
A internet mudou o mundo por conta da velocidade em que conseguimos processar os dados. É o que chamamos de transformação digital.
Anteriormente, era praticamente impossível uma montadora de carros ter uma operação on-demand, ou seja, apenas construir um carro quando for solicitado. Hoje é possível não apenas isso, como também a personalização completa do carro. Esse efeito é notável nas propagandas das redes sociais cada vez mais nichadas e, principalmente: na Liderança!
Todas as gerações querem ser ouvidas e todas as gerações preferem estar próximas dos seus líderes do que afastadas.
A diferença é que há 30 anos isso não era sempre possível. Por conta da quantidade de processos manuais, um líder não conseguia participar ativamente da individualidade dos seus liderados.
Agora, em nossa realidade, é possível agendar uma reunião individual de qualquer lugar do mundo! Saber quais são os gostos pessoais, paixões, motivações e principalmente: quem (ou o que) é o principal motivador para o trabalho de cada um.
Liderança jovem não necessariamente precisa vir de líderes jovens!
Conversar individualmente com alguém aproxima sua liderança da vida das pessoas. Isso nada tem a ver com a geração e, sim, com a escolha de encarar sua liderança de maneira mais dinâmica.
E isso não está ligado à idade, e sim com a maneira de lidar com pessoas e os dados que possui sobre elas.
Como disse um antigo CEO da Intel, Andy Grove:
“Noventa minutos de seu tempo podem melhorar a qualidade do trabalho de seu subordinado por duas semanas, ou por mais de oitenta horas, e melhorar sua compreensão do que ele está fazendo”.
Utilizando, por exemplo, uma metodologia de reunião One a One, é possível conhecer as individualidades e potencializar sua equipe, sem mover nenhum processo de lugar.
Nesse contexto, com a individualidade vem um tema importantíssimo: a diversidade. Quanto mais nos aproximamos das pessoas, mais descobrimos o quão diferentes elas são, e muitas vezes, isso pode assustar. Principalmente quando for algo totalmente contrário a tudo que ouviu desde sempre – e isso é ótimo!
Conhecer o diferente nos tira da zona de conforto e, principalmente, transforma nossas equipes. Além disso, a diversidade é estratégica, já que com mais liderados(as) que pensam diferentes, maior a probabilidade de encontrar a solução de um problema diferente.
Ou seja, da mesma forma que o mundo mudou, a forma de liderança também, e isso não é 100% influenciado apenas pela geração, mas sim, pelas escolhas dos líderes em como conduzir a era da informação dentro de sua equipe.